Já falamos da importância de não misturar as finanças da empresa com as finanças do empreendedor. Hoje vou falar um pouco mais sobre essa separação que para muitos empresários é difícil de fazer.
Há duas semanas venho participando de uma série de capacitações para jovens empreendedores. Sempre fico atenta aos cenários que se apresentam a cada cliente que atendemos na LUZ e quando se trata da separação do dinheiro da empresa e do empreendedor observei as seguintes situações:
1) Começam suas empresas sem ter nenhum retorno durante um ano ou mais.
2) Destinam uma porcentagem dos projetos ou das vendas como salário.
3) E por último, o empreendedor que não separa as finanças pessoais das finanças da empresa.
De certa forma as três posturas estão erradas. Porque?
1) Um dos pontos que torna uma empresa viável é ela conseguir pagar o seu “salário”, mesmo que você não receba no início um salário no valor de mercado, você precisa receber alguma coisa. Inicie a empresa pelo menos tendo o reembolso de todas as despesas relacionadas a execução das atividades na empresa, depois determine um valor e aumente conforme o crescimento do faturamento da empresa.
2) receber uma porcentagem das vendas de produtos e projetos é válido para o início da empresa. Conforme o faturamento vai aumentando você deve determinar um salário fixo e fazer uma reserva de caixa para novos investimentos.
3) Isso é suicídio. No início pode significar o fracasso da sua empresa e no longo prazo também. Por mais que existam empresas que até hoje mantém esse sistema, isso limita o crescimento da empresa e mascara os indicadores financeiros e a análise do desempenho da empresa.
Mas como determinar meu prolabore?
1) faça o reembolso de todas as despesas relacionadas com a existência da empresa. Se ainda não existir dinheiro em caixa para isso, não deixe de ter um controle sobre essas despesas.
2) relacione o seu salário com a meta de vendas da sua empresa. Isso não é muito diferente do que alguns empresários fazem ao estabelecer uma porcentagem sobre os resultados das vendas. A diferença está em estabelecer um teto máximo para o seu prolabore. Assim quando você atingir essa esse teto seu prolabore passa a ser fixo.
3) transfira seu salário para uma conta pessoal e administre ele separadamente do dinheiro da empresa. Não use a conta da empresa para pagar suas contas, mesmo que você respeite o valor limite estabelecido.
4) tenha uma conta bancária para empresa e uma pessoal. Se você ainda não tem CNPJ, abra um segunda conta em seu nome e use ela somente para as movimentações da empresa. Essa separação é muito importante para a gestão financeira da empresa.
E se eu tenho sócios, como vamos determinar meu prolabore? A regra vale para todo mundo?
A separação deve seguir as duas dicas anteriores. Mas se o sócios possuem diferentes valores de cotas da empresa, vocês podem optar por:
* ter prolabore iguais e se diferenciar na divisão de lucro;
* ter prolabore diferentes e também se diferenciar na divisão de lucro;
* ter prolabore diferente e divisão de lucro iguais.
Independente da opção adotada, vocês precisam estabelecer regras sobre a remuneração dos sócios e seguir as regras.
Você que já separa as suas finanças pessoais das finanças da empresa, deixe aqui sua dica!