Formação de preço para produtos é o processo de definir o valor de venda dos seus produtos. Tanto em indústrias quanto no varejo, esse processo deve ser feito continuamente, pois existe uma grande influência dos custos no preço e, tipicamente, grandes variações.
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Características Específicas: Os produtos, diferentemente dos serviços, dependem igualmente do custo de pessoal e de matéria-prima. Em alguns casos, este último é ainda mais relevante. Além disso, processos produtivos normalmente envolvem grandes estruturas e maquinário, custos que devem ser amortizados e projetados. No mais, ainda existem custos de diferentes naturezas que devem ser devidamente categorizados e rateados.
Como fazer: A formação de preço de venda de produtos é bem específica, pois envolve não apenas o cálculo unitário, mas também algumas projeções maiores para amortizar grandes investimentos. Além disso, são mercados muitas vezes dominados pelo custo, ou seja, o preço do produto é tão baixo quanto o custo permitir. De maneira didática, podemos dividir o processo de como calcular o preço de venda em 3 etapas: Custo Unitário de Produção, Projeção de Ponto de Equilíbrio e Concorrência.
I) Custo Unitário de Produção
O primeiro passo quando se está projetando preço de produtos é saber o custo unitário. Para tal, deve-se conseguir separar os custos diretos e despesas daquela produção em especial. Vamos usar um produto fictício para exemplificar, a famosa: PARAFUSETA.
Vamos dizer que as Parafusetas são feitas com ferro e elas passam pelas máquinas A e B.
Na imagem acima, temos uma versão resumida do que seria o custo unitário da Parafuseta.
Ferro: R$0,20 | Esse valor deve ser achado através do preço do quilo do ferro dividido pela quantidade utilizada na produção de um produto. Hipoteticamente, o KG do ferro custa R$1,00 e utilizamos 200 gramas. Portanto, R$0,20.
Mão de obra: R$20,00 | Esse cálculo deve ser feito estimando as horas gastas pelo pessoal envolvido e multiplicando-as pelo custo dessas horas. No caso, utilizamos R$10,00/hora e 2 horas de trabalho.
Custo Máquina A: R$5,00 | Estamos levando em consideração que a máquina A é um custo direto (ou seja, esse é o único produto que utiliza essa máquina). Sendo assim, o cálculo feito é uma divisão da manutenção mensal da máquina pela quantidade que ela consegue produzir de Parafusetas. Utilizamos a seguinte lógica: R$5.000,00/mês de manutenção e consegue fazer 1.000 produtos. Assim, o custo unitário fica em R$5,00.
Custo Máquina B: R$2,30 | Nesta máquina, consideramos que ela é um custo indireto, pois outros produtos também utilizam-a. Sendo assim, estamos considerando que ela usa apenas 50% da máquina e o rateio vai seguir essa lógica. Sendo o custo mensal da máquina R$4.600,00/mês e ela também faz 1.000 produtos, o custo fica em R$4,60 por unidade. Levando em consideração que o rateio é de 50% chegamos ao valor de R$2,30.
Concluindo, cada Parafuseta custa R$27,50 para ser produzida e agora temos que analisar o seu preço através do markup, que formará a margem de contribuição. Esta visão ajuda a empresa a pensar sempre em diminuir custos para ter preço de venda mais competitivo.
II) Projeção de Ponto de Equilíbrio
Como dito anteriormente, normalmente existem despesas altas na aquisição de maquinário e estrutura física na fabricação de produtos. Portanto, é importante fazer uma projeção financeira levando em consideração não apenas os custos variáveis (R$27,50), mas também despesas fixas e uma projeção de volume de vendas.
Despesas Fixas: Neste caso, sugerimos que sejam inseridos no custo fixo não apenas elementos típicos como aluguel, energia, salários, mas também a parcela de amortização das máquinas ou outros custos de longo prazo como financiamento do terreno.
Projeção de Vendas: Outro ponto essencial é fazer uma estimativa de venda por mês para o produto. Isso deve ser feito atrás de algumas premissas de mercado que serão tratadas em um posto futuro.
Preço de Venda: Por fim, trabalhar com essas variáveis vai ajudar a fazer simulações diferentes com o preço para chegar a um cenário realista de retorno com determinado nível de vendas e preço.
Resumidamente, o cálculo de ponto de equilíbrio pode ser entendido com a explicação abaixo. Para realizar o cálculo, basta você multiplicar o preço de venda (PV) que você já estipulou pela quantidade de produtos que pretende vender (Q). Isso será igual aos custos fixos (CF) + os custos variáveis X quantidade de produtos (CV.Q). Veja a fórmula abaixo:
PV.Q = CF + (CV.Q)
Se você vende uma caixa de bombom, veja como ficaria o exemplo:
PV (R$10); Q (o que quero saber); CF(R$10); CV (R$5)
10xQ = 10 +(5xQ)
10Q – 5Q = 10Q=2
Então você precisa vender 2 produtos para ficar no zero a zero. A partir daí você começa ter lucro.
III) Concorrência
Por fim, deve-se, assim como na formação de preço de serviços, realizar um comparativo com a concorrência para garantir que o valor estipulado está dentro dos padrões de mercado ou, pelo menos, condizente com o posicionamento do negócio.
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