
Por Dilma Balbi.
Alguns assuntos são mais espinhosos do que outros para a maioria de nós.
E dentre a coleção de espinhos, a relação com o dinheiro exibe papel expressivo.
Comentado até pelas religiões e partidos políticos, o que você faz com as suas finanças define bem o caminho para conquistas e fracassos.
Existe também um certo mistério.
Para um certo grupo de pessoas comentar com quem quer que seja sobre “grana” não é aconselhável. Melhor manter em sigilo os controles ou descontroles próprios.
Para muitos, até os familiares não devem conhecer a saúde financeira dos demais; nem seus desejos, sonhos, aspirações.
Ao que parece, fica liberado, deste modo, o comportamento cada um por si, quando se trata do extrato bancário ou até mesmo do montante no contracheque.
Mas, pensa aqui comigo e me responde…
Ou melhor, faça a pergunta para você e se responda:
Não comentar, não pensar, manter em segredo de castelo, faz com que a situação melhore?
Se por acaso a resposta apontou para um sonoro não, vale continuar a leitura.
Porém, se a resposta for um altíssimo sim, também vale ler até o final, que podem ter boas surpresas por aqui.
Alargando conceitos: tudo é meio de troca num determinado tempo
Está pensando numa viagem incrível? Conhecer um paraíso, repleto de bons ventos, flores, paisagens de pingar colírio e comidas que misturam o talento dos chefs com o tempero da tia Zezé?
Então….não abra os olhos ainda, só mais um instante.
E se num cálculo assim, meio por alto, o total para este deleite custar a bagatela de R$ 5.000,00?
Parece incrível? Salgado? Fora de propósito? Perfeitamente possível?
Pronto, pode abrir os olhos.
Para cada uma das respostas está a sua percepção da importância desta viagem e das suas finanças.
O que você acumulou e o que ainda vai acumular é o meio pelo qual você pode realizar seus sonhos.
A turma das “exatas” costuma chamar a expressão “realizar sonhos” de “projeto”.
Só para lapidar o conceito, projeto tem início, meio e fim.
Ou seja, é um esforço num lapso de tempo onde são empregados recursos que conduzam ao objetivo.
No nosso caso de revirar os olhinhos, o projeto é a viagem.
A sua percepção de inatingível ou de plenamente possível está diretamente relacionada ao intervalo de tempo e à prioridade que este projeto atinge dentre as outras tantas que você já possui.
No sumo apertado do caldo: a sua saúde financeira está intimamente ligada ao quanto você pode esperar para realizar um projeto ou, na mão contrária, o quanto ele é urgente.
Tem pressa? Há que precificar juros
Se você encasquetou para vai arrumar as malas hoje de noite e partir amanhã cedo, pode se preparar para atingir seu colchão financeiro de maneira mais profunda. Pode até esgotar toda a sua reserva e ainda faltar…
A urgência significa, via de regra, pagar mais, ter piores condições de negociar, de escolher, ou, até mesmo, arcar com um valor maior do que o efetivamente necessário para cobrir os juros em caso de empréstimo.
Dinheiro e tempo mantém uma relação de comunhão indissolúvel, nunca se esqueça.
Mas, deixa eu fazer um esclarecimento:
Este texto pretende desvincular implicações metafísicas, morais e éticas, trazendo a praxe que é remunerar a antecipação.
Se hoje se faz necessário um montante financeiro que não possuo, devo remunerar a quem me cedeu o montante. Esta é a lógica simplificada gerindo as transações de empréstimo.
Preciso de R$ 1000,00 hoje e não tenho? Vou retornar R$ 1.000 + juros à entidade que me concedeu o empréstimo.
Tem tempo? Há que precificar o retorno
Por outro lado, se posso adiar um consumo, um projeto para um tempo mais a frente, posso obter um ganho sobre este montante.
Se necessito de R$ 1.000 daqui a 180 dias posso buscar no mercado financeiro opções de fornecer este montante contra um plus (montante + juros).
Quando for retirar os R$ 1.000,00 naquele intervalo de tempo acertado, receberei também da entidade que tomou meu empréstimo o acréscimo correspondente (os juros).
Como faz para decidir em que momento?
Para a pergunta qual é o melhor momento não é possível encontrar uma resposta certa e outra totalmente errada.
O mais certo a fazer em determinada circunstância da vida pode ser chutar tudo, pagar uma grana preta e partir numa viagem já!
Ou o mais certo a fazer pode ser planejar com cautela todo o projeto da viagem, com uma boa antecedência, de modo a desfrutar em plenitude, sem abalos financeiros e emocionais.
Encontrando a resposta
Avaliar o cenário, conhecer suas possibilidades de ganho e de perdas, obter alternativas tanto para o empréstimo como para o investimento.
Agir após compreender tudo o que está inserido em cada projeto relevante na sua vida.
Lembrou do PDCA? Eu também!
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