A síndrome do impostor na consultoria faz com que muitos profissionais se sintam desqualificados, incapazes de fazer um bom trabalho ou até de serem reconhecidos.
Essa síndrome costuma ter início quando você, consultor, está dando os primeiros passos e, apesar de saber muito sobre a sua área, se questiona se o que você sabe mesmo vai ajudar seus futuros clientes ou não.
Quem sofre com isso tem dificuldade de enxergar as próprias qualidades e de reconhecer as conquistas.
Embora a insegurança faça parte da vida, ela não pode ser paralisante.
Continue lendo para saber mais sobre a síndrome do impostor na consultoria e como fugir dela!
O que é a síndrome do impostor?
É o nome dado pela psicologia ao sentimento exacerbado de que você é uma fraude e pode ser “desmascarado” a qualquer momento, mesmo diante do sucesso profissional.
Trata-se de algo mais comum do que a gente imagina: 70% das pessoas sofrem com a síndrome do impostor em algum momento da carreira.
Enquanto algumas pessoas se sentem desqualificadas ou pouco inteligentes, outras tendem a acreditar que chegaram onde estão por pura sorte e não por mérito próprio.
A síndrome do impostor na consultoria pode se manifestar, por exemplo, quando um cliente importante te procura para realizar um projeto estratégico para o negócio dele.
Em vez de se empolgar, você começa a questionar a sua capacidade de entregar o que ele precisa, ainda que sua bagagem esteja cheia de conhecimento e experiências. Ou que você não merece receber um valor tão alto pelo trabalho.
O problema é que essas sensações podem te impedir de colher os frutos do seu trabalho, de fechar negócios, de ganhar bem e de ser reconhecido pelo mercado em que atua.
6 maneiras de lidar com a síndrome do impostor na consultoria
Então, como enfrentar toda essa insegurança? Aqui vão algumas dicas que podem te ajudar a driblar esse sentimento:
1. Reconheça que você não é uma fraude
Quando estiver se sentindo um impostor, olhe para a sua trajetória e lembre-se de todos os passos que deu para chegar onde está.
É bem provável que você perceba que a sua carreira não se transformou de uma hora para outra, como num passe de mágica.
Não se trata de uma questão de sorte.
Nesse processo de analisar a sua carreira, separe um papel ou abra uma nota no Notion para anotar todas as conquistas e resultados que gerou nas posições que você ocupou.
Alguma iniciativa sua (ou da qual você participou) rendeu resultados positivos para a empresa e está relacionada ao seu nicho de atuação de consultoria? Então anote.
A ideia aqui é terminar com uma lista de resultados — se tiver os indicadores que comprovam esses resultados, melhor ainda — gerados por você. E que, em algum momento, podem ser replicados na sua consultoria.
Essa é a certeza de que você pode entregar valor para o seu cliente e que, portanto, não é um impostor.
Caso não traga nenhuma evidência passada, minha dica é praticar, atender mais clientes e correr atrás de experiências que te permitam criar um histórico de resultados.
2. Faça uma análise das suas competências
Um profissional incapaz é aquele que não possui as habilidades necessárias para fazer o trabalho ao qual se propõe.
Mas será que esse é mesmo o seu caso ou é a síndrome do impostor na consultoria falando mais alto?
Nada melhor do que fazer uma análise das suas competências para não deixar a insegurança te pegar desprevenido.
Comece listando as competências necessárias para ser um bom consultor. Depois, faça outra lista, agora com duas colunas: uma com as competências que você acredita que domina e outra para as que ainda precisa desenvolver.
Para essas que devem ser desenvolvidas, crie planos de ação e diretrizes (como fazer um curso ou praticar uma determinada competência) que te permitam evoluir.
Mais do que identificar os seus pontos fracos, você deve buscar maneiras de adquirir as habilidades que ainda não têm para se tornar cada vez mais preparado.
3. Trace planos para a sua consultoria
Sabia que planejar é uma ótima maneira de reconhecer suas conquistas? Crie um plano e defina objetivos e metas claras para o seu negócio.
Assim, quando você atingi-los, vai se dar conta de que o caminho foi construído de forma consciente e que vários passos foram dados até eles.
É uma prática que ajuda os consultores a reconhecerem o que conquistaram. E que pode ser aplicada em situações cotidianas.
Planejar o dia de trabalho e montar uma lista das tarefas que devem ser feitas, por exemplo, ajuda a gente a perceber o quanto fizemos. Afinal, está registrado, visualmente, como prova do empenho diário.
4. Tenha paciência para atingir os seus objetivos
No entanto, só traçar um plano para a sua consultoria não basta. Também é preciso exercitar a paciência.
Isso porque a ansiedade de ver as coisas acontecendo o mais rápido possível pode gerar uma sensação de fracasso, de que não está dando certo.
Sendo que, muitas vezes, se trata de uma questão de tempo para os objetivos serem atingidos.
O que mais importa é ter um norte e saber o que você deve fazer para chegar lá.
5. Lembre-se de que os projetos podem ser, de fato, desafiadores
Todos os profissionais precisam enfrentar desafios na rotina de trabalho. E isso não tem a ver com falta de competência, capacidade ou inteligência.
As dificuldades fazem parte.
Na consultoria, cada projeto é diferente do outro, cada cliente tem suas particularidades. Enquanto alguns são mais simples, outros são mais desafiadores.
O que você não pode fazer é deixar os obstáculos alimentarem a síndrome do impostor na consultoria. Isso tem a ver com a maneira com a qual você encara os desafios.
Em vez de se deixar consumir pelo medo do fracasso, tente vê-los como oportunidades de aprendizado. Dê o seu melhor sem ser perfeccionista demais.
Uma maneira de fazer isso cotidianamente é se desafiar, saindo da zona de conforto.
Um exemplo simples aplicado à vida pessoal é tomar um banho frio todos os dias. Ouvi essa dica do Tony Robbins e faz muito sentido para mim.
Essa mesma ideia pode ser levada para o seu dia a dia como consultor: se proponha a fazer determinadas tarefas que apresentam um pouco mais de dificuldade para você.
A partir do momento em que nos acostumamos com os desafios e que eles passam a fazer parte da nossa rotina, deixamos de desconfiar da nossa capacidade de fazer algo.
6. Registe os depoimentos positivos
Diante da correria do dia a dia, é comum os consultores deixarem de perceber o quanto de valor estão entregando para os seus clientes.
Assim, qualquer falha pode despertar a insegurança.
Para evitar que isso aconteça, crie o hábito de registrar depoimentos e elogios de clientes. Muitas vezes, a gente precisa de olhares externos para reconhecer nossas qualidades.
Se possível, peça para eles gravarem vídeos ou mandarem os feedbacks positivos por escrito.
Depois, basta usar o seu software de anotações (indico o Notion ou o Evernote) para deixar esses registros acessíveis para que você possa olhar sempre que estiver se sentindo um impostor.
Se os clientes estão satisfeitos com o que você entrega, isso quer dizer que você não é uma fraude. Mostra que o seu trabalho está sendo bem feito e que suas competências estão sendo aproveitadas.
Mas vale ressaltar que, caso a síndrome do impostor na consultoria esteja atrapalhando sua jornada, procurar um apoio psicológico pode ser necessário. Afinal, cuidar da saúde mental é sempre importante.
Lembre-se de que os membros do Prime podem sempre compartilhar os desafios para fortalecer o mercado de consultoria.